Leva um tempo até que a gente possa digerir a perda de alguém importante. Seja para sempre ou com o fim de um relacionamento, não é fácil o processo que vem depois e cada pessoa tem o seu tempo para aceitação. não conseguimos compreender o porque daquilo estar acontecendo e quem poderia ter culpa de tudo de ruim que parece estar nos rodeando.
De todas as tentativas de superação, por experiência minha, eu só consegui sair daquele buraco onde eu estava me afundando com a ajuda do budismo. Sua ideologia consiste em compreensão de que nada é permanente e que tudo vai passar. Ainda que eu não tenha frequentado um templo, ter as palavras da Monja Coen pela internet foi extremamente importante.
Com o tempo eu comecei a absorver as ideias, a ideologia de que eu estou aqui para fazer o bem e que não devo cultivar coisas ruins, que nada é permanente então diante de uma perda, eu só tenho a agradecer pelo tempo que eu estive com aquele alguém. A gente precisa viver o presente da melhor forma possível porque daqui a pouco tudo pode mudar então eu preciso que tenha sido o melhor possível e é isso o que importa.
A ideia de que nada é permanente me deu forças para recomeçar quando tudo parece dar errado. É um ciclo infinito de coisas ruins e coisas boas, onde em algum momento eu posso tropeçar, mas que vai ser bonito eu me levantar mais uma vez. Atualmente eu consigo viver com um pouco mais de tranquilidade, lamentando menos pelas perdas, e agradecendo mais por cada coisa que eu tenho a chance de reconquistar.
Não tenho a mínima ideia de como será o amanhã, mas eu sei que eu não quero ser a pessoa que eu era, não quero viver no passado, não quero alimentar sentimentos ruins e menos ainda ter algo do que ter medo. Nada é permanente, então o segredo é viver o agora, ser leve e valorizar cada pessoa que temos em nossa vida, a gente não sabe por quanto tempo.
Aquele alguém não vai ser esquecido, não vai deixar de ser uma lembrança importante, mas a vida continua e as coisas são como devem ser. A gente só tem a agradecer elas lembranças, porque é a única coisa que fica... De resto, a gente precisa seguir em frente.