O cansaço mental não vem apenas do trabalho ou da rotina na escola. Muitas vezes, ele nasce quando nos desgastamos tentando agradar ou estar presentes para alguém que não demonstra a mesma dedicação. Esse tipo de esforço unilateral corrói aos poucos a nossa energia emocional e deixa uma sensação de vazio.
É natural que, quando gostamos de alguém, insistamos em estar por perto. Há um desejo de fazer a relação dar certo, de mostrar que vale a pena investir. Mas essa insistência tem limite. Ninguém consegue sustentar por muito tempo uma ligação em que só um lado se doa. O coração cansa, e a mente também.
Gostar de alguém significa, quase sempre, colocar essa pessoa em primeiro lugar. Mudamos planos, cedemos horários, oferecemos apoio. Só que, quando não encontramos reciprocidade, é preciso refletir. Continuar insistindo sem retorno é uma forma de nos afastarmos de nós mesmos. Saber parar também é uma prova de amor-próprio.
A solução não está em deixar de gostar, mas em aprender a equilibrar. Para ser recíproco, é necessário escuta, cuidado e atitudes que mostrem consideração. É simples: responder uma mensagem, demonstrar interesse, valorizar gestos. Pequenas ações evitam que a relação se torne um peso.
Se não aprendermos a valorizar quem está ao nosso lado, corremos o risco de perder. O afeto precisa ser um caminho de duas mãos, e quem insiste sozinho acaba desistindo. Ser recíproco não exige grandes provas, apenas vontade genuína de corresponder. No fim, é isso que mantém qualquer relação viva.