Eu estava cuidando da minha espiritualidade e então acredito que temos a cruz que conseguimos carregar. Eu precisava ter conhecido o Jonas para ter minhas crianças e ser a mulher que saiu de casa sem tirar nada do ex marido. Mais do que isso, eu precisava ser a mulher que se reergueu sem precisar estar escorada em um homem.
Minha filha acabou perdendo seu neném e então acabei ficando mais próxima dela. Eu não podia imaginar a dor que ela estava sentindo, mas sabia o quanto ela podia estar precisando da mãe ao lado dela. Pedia a Deus para dar forças, que ela pudesse superar e seguir em frente, dizia que ele sabe o que faz, e que precisamos entender que algo ruim acontece agora pra algo bom acontecer depois.
Outra mudança aconteceu em minha vida no meio dos anos 90. Acabei ganhando outro filho, entre audiências e hospitais, meu neto acabou se tornando um filho. As coisas podiam continuar complicadas e difíceis mas se é dessa forma que precisa acontecer, então eu não vou questionar, eu vou ama-lo mais do que antes e me esforçar para ser a melhor que posso ser. Quem cuidou de 6, pode muito bem cuidar de 7.
Algumas pessoas questionaram o que havia acontecido, que caminhos são esses que uma avó precisa se tornar mãe do próprio neto? Tive que tapar meus ouvidos e continuar lutando. Desse jeito, com a ajuda de Deus e o comentário maldoso dos outros eu seguia a minha vida, lutando até começar o novo século com a pior notícia de todas; minha mãe faleceu...
