Capítulo 1 | O atendente

  A vida é feita de fases, de transformações. Existem momentos bruscos onde tudo acaba ficando de ponta cabeça, pensamos se tratar do fim, mas é neste momento que começa um novo início.

 Quando a monetização do meu trabalho terminou, por um instante eu tentei não me importar, acreditar que eu não precisava disso e que amanhã é um novo dia. É possível que tudo isso seja apenas um sonho e amanhã quando eu acordar, tudo vai estar do jeito que era no dia anterior. 9 anos escrevendo, então o site era parte de quem eu sou, eu não sei fazer outra coisa, eu não sirvo pra outra coisa!

 Por mais que a gente procure se convencer de algo que não é verdade, a realidade acaba batendo em nossa porta e em breve a fatura dos cartões de crédito vão chegar. Eu precisava cair na real e entender que as coisas mudaram e que os próximos passos precisariam ser acelerados. Você não trabalha mais na internet! O dia de ontem não vai voltar! As coisas mudaram! Acaba se tornando desesperador perceber que somos forçados, que transformações ocorrem ainda que a gente procure manter um padrão.

 Dizem que, quando a gente fica sem dinheiro, também ficamos sem amigos. Infelizmente, as pessoas que estavam comigo em todos os finais de semana, todas desapareceram e eu estava ali, cheio de contas para pagar e sem ter a mínima ideia de como iria resolver todos os pepinos que estavam por vir. Cair na real machuca, traz frustração, impotência... Como eu pude ser tão burro? Como eu acreditei naquelas amizades?



 O que eu gosto ao me olhar, é perceber a minha facilidade de recomeçar, a maneira com a qual eu consigo deixar de ver um problema e começar a ver uma nova oportunidade. É horrível que tudo tenha terminado depois de 9 anos, mas o que vem a seguir é uma nova fase, uma nova oportunidade de ser diferente, de fazer algo novo. Logo pela manhã, lá estava eu fazendo um currículo. Novamente, eu me deparo com perguntas internas; Quem sou eu? O que me define? O que eu quero da vida?

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