Capítulo 2: A Chegada da Tempestade

Na véspera do Natal, a fazenda de Seu Manuel estava mais alegre do que nunca. As luzes coloridas brilhavam nas árvores, a árvore de Natal no pátio estava toda enfeitada com bolas vermelhas e douradas, e a fazenda cheirava a pinho e a frutas frescas. Tudo estava perfeito. Zezé di Camargo olhava com um sorriso no rosto as decorações que ele ajudara a espalhar, sentindo um calorzinho no coração. Ele sabia que, agora sim, o Natal estava realmente mágico.

Mas, de repente, o céu começou a escurecer.

O vento forte soprou rapidamente, e as nuvens se acumularam, cobrindo o céu estrelado que antes Zezé tanto admirava. Primeiro, uma brisa suave, depois uma rajada mais forte. Em minutos, o vento virou um verdadeiro furacão, e as primeiras gotas de chuva começaram a cair pesadas, como pedras de gelo.

— Oh não! — Zezé exclamou, vendo as primeiras luzes piscando e, em seguida, se apagando com a força do vento. — O que está acontecendo?

As decorações natalinas, cuidadosamente organizadas por Seu Manuel, começaram a ser arrancadas do chão. As fitas vermelhas das árvores foram levadas pelo vento como se fossem folhas caindo de uma árvore. A estrela que brilhava no topo da árvore de Natal foi arrancada e voou para longe. Zezé, aflito, correu de um lado para o outro, tentando salvar tudo o que podia, mas era inútil. A tempestade era muito forte.

Os outros animais da fazenda também estavam preocupados. Dona Joana, a vaca sábia, olhava para o céu com os olhos arregalados, e os galos cantavam nervosos, como se sentissem o perigo. Tico e Teca, os patos engraçados, estavam se abrigando embaixo de um barril de madeira, tentando se proteger da chuva que caía forte.

— Zezé! — gritou Teco, o pato mais animado, enquanto se abrigava. — O que vamos fazer? O Natal vai ser destruído!

— Eu sei, eu sei... — disse Zezé, ainda tentando se manter calmo. — Mas nós precisamos fazer alguma coisa. Não podemos deixar o Natal ir embora assim!

Zezé sentiu uma onda de preocupação, mas, ao mesmo tempo, uma centelha de determinação. Ele olhou para seus amigos Tico e Teca e viu o olhar assustado de Chico, o burro, que estava se encolhendo em um canto, tentando proteger-se da tempestade, mas claramente sem saber o que fazer.

— Temos que salvar o Natal! — disse Zezé, decidido. — Vamos reconstruir a festa, vamos mostrar que podemos superar essa tempestade!

— Mas como? — perguntou Teca, a pata mais pensativa. — Tudo está sendo levado pelo vento!

— Precisamos de todos os nossos amigos para nos ajudar! — respondeu Zezé. — Chico, você pode ajudar a encontrar os enfeites que ainda estão intactos? Tico e Teca, vocês podem cantar para alegrar o ambiente e acalmar todos? Eu vou reunir a Dona Joana e ver o que ela nos recomenda fazer.

Chico, o burro, ergueu a cabeça, parecendo mais animado.

— Eu posso tentar, Zezé! Embora eu não seja muito bom em pegar coisas... mas vou ajudar no que for preciso! — ele disse, com a voz um pouco trêmula, mas determinado.

Tico e Teca, já começando a cantar algumas canções natalinas com seu característico entusiasmo, se uniram à ideia de Zezé.

— Vamos lá, Zezé! Podemos fazer isso! — exclamou Tico, e, com Teca ao seu lado, começou a cantar em coro: "Noite feliz, noite feliz..."

Com seus amigos prontos para ajudar, Zezé sentiu seu coração mais leve. A tempestade ainda rugia ao longe, mas ele sabia que, com o trabalho em equipe e a amizade, eles poderiam salvar o Natal da fazenda.

Zezé respirou fundo, encarou seus amigos com um sorriso confiante e, com um último olhar para as decorações destruídas, disse:

— Vamos trabalhar juntos e fazer deste Natal o melhor de todos. A tempestade pode até destruir as coisas, mas o espírito do Natal não vai se deixar abalar!

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