Quando chegou ao Santos Futebol Clube, Pelé ainda era um menino. Tinha só 15 anos, uma chuteira usada, um sorriso tímido e uma confiança que vinha de dentro. No início, alguns jogadores mais velhos duvidaram do garoto magrelo que mal tinha barba no rosto. Mas bastou ele tocar na bola para que todos percebessem: ali tinha algo diferente.
Nos treinos, Pelé mostrava uma habilidade rara. Driblava com facilidade, tinha visão de jogo e um chute forte e certeiro. O técnico do Santos, Lula, não demorou a colocá-lo para treinar com o time principal. Em 1956, ele fez sua estreia como profissional. Tinha apenas 15 anos e 10 meses quando marcou o seu primeiro gol como jogador do Santos. Era o começo de um brilho que ninguém mais conseguiria apagar.
No ano seguinte, com 16 anos, Pelé já era titular absoluto. Seus gols começaram a chamar atenção no Brasil inteiro. Os jornais escreviam sobre o "menino prodígio", e os torcedores do Santos passaram a lotar os estádios para ver o garoto jogar. Era como se o futebol tivesse achado uma nova voz, uma nova alegria.
Mesmo tão jovem, Pelé não parecia sentir a pressão. Ele jogava com leveza, como se estivesse se divertindo com os amigos na rua. Seu futebol era instintivo, criativo e emocionante. Cada vez que ele tocava na bola, algo especial podia acontecer.
Logo, a Seleção Brasileira bateu à porta. Pelé foi convocado para disputar os jogos preparatórios da Copa do Mundo de 1958. Muitos achavam que ele ainda era muito novo para vestir a camisa amarela. Outros, no entanto, sabiam que ele podia fazer a diferença.
Durante um dos treinos da seleção, um zagueiro mais experiente tentou intimidá-lo com um carrinho forte. Pelé se levantou sem reclamar e respondeu com dribles e um golaço. Quem viu, entendeu: ele não estava ali por acaso.
No vestiário, seus companheiros de time já o tratavam com respeito. Começavam a surgir os primeiros apelidos carinhosos: "Neguinho", "Garoto de Ouro", "Menino Maravilha". Mas o que mais o acompanhava era um olhar de admiração. Todos sentiam que aquele adolescente estava prestes a mudar o futebol brasileiro.
E estavam certos. Em 1958, aos 17 anos, Pelé embarcou para a Suécia, onde jogaria sua primeira Copa do Mundo. Não era mais só o menino de Três Corações. Agora, era o Brasil que o levava nas costas, com fé, esperança e a confiança de que, finalmente, a seleção poderia conquistar o título mais desejado do planeta.
O mundo ainda não sabia o que estava por vir. Mas o garoto sabia: ele estava pronto.