Capítulo 4 – Glória, Desafios e Superações

 Depois da Copa de 1958, Pelé não era mais apenas uma promessa. Ele era uma realidade. Um jovem campeão mundial, admirado no Brasil e reverenciado no exterior. Com apenas 18 anos, já era tratado como um dos melhores do mundo — e ainda estava no começo da carreira.

No Santos Futebol Clube, Pelé brilhou cada vez mais. Em campo, era uma máquina de gols. Em 1961, fez um gol tão bonito contra o Fluminense, no Maracanã, que os jornais o chamaram de "gol de placa" — e realmente colocaram uma placa no estádio para registrar aquele momento. Desde então, toda vez que alguém fala em um gol espetacular, diz: “Foi gol de placa”. Tudo por causa de Pelé.

Com ele, o Santos viveu a melhor fase de sua história. Ganhou vários Campeonatos Paulistas, Taças Brasil, Libertadores da América e dois títulos mundiais de clubes, em 1962 e 1963. O time era temido em qualquer lugar do mundo. Pelé levava o futebol brasileiro a países que nunca tinham visto uma partida ao vivo. Onde ele ia, multidões o esperavam. Era como uma estrela da música ou do cinema — só que com uma bola nos pés.

Mas nem tudo foram flores. Em 1962, na Copa do Mundo do Chile, Pelé se machucou logo no segundo jogo e ficou fora do restante do torneio. Mesmo assim, o Brasil foi campeão novamente, com Garrincha assumindo o protagonismo. Pelé sentiu tristeza por não poder ajudar, mas também ficou feliz por ver o time brilhar mesmo sem ele.

Já em 1966, na Copa da Inglaterra, o Brasil foi eliminado ainda na fase de grupos. Pelé sofreu muitas faltas e chegou a sair de campo machucado. Foi um período difícil. A seleção não rendeu, e ele passou a pensar se valia a pena continuar jogando pela Seleção Brasileira. Chegou a dizer que aquela seria sua última Copa.

Mas Pelé nunca foi de desistir. Ele sabia que o futebol ainda precisava dele (e que ele ainda tinha muito a oferecer).

Nos anos seguintes, ele continuou encantando no Santos. Viajou pelo mundo, marcou gols incríveis e levou alegria para milhares de torcedores. Mesmo com lesões, pressão e críticas, Pelé seguiu firme, com o mesmo brilho no olhar de quando jogava com uma bola de meia nas ruas de Bauru.

Ele não se deixava abater. Cada queda virava impulso. Cada desafio, uma nova chance de mostrar que o futebol podia ser arte.

E foi assim que ele chegou à sua quarta Copa do Mundo, em 1970, decidido a escrever um dos capítulos mais bonitos da sua carreira — e da história do futebol.