A maternidade é, para muitos, um divisor de águas. No caso de Adriane Galisteu, esse momento representou não apenas a chegada de um novo papel em sua vida, mas a abertura de um novo olhar sobre o mundo e sobre si mesma. O nascimento de Vittorio, em 2010, fruto de sua união com o empresário Alexandre Iódice, foi recebido com emoção, serenidade e, sobretudo, com a consciência de que aquele era um ciclo completamente novo, distinto de todos os outros vividos até então.
Ao se tornar mãe, Galisteu não se afastou dos holofotes. Pelo contrário, escolheu compartilhar com o público parte dessa experiência — não para romantizá-la, mas para apresentá-la com verdade. Desde os primeiros momentos da gestação, foi transparente quanto às alegrias, ansiedades e desafios da maternidade. Esse gesto, aparentemente simples, aproximou ainda mais a apresentadora de mulheres que, como ela, encontravam na maternidade um processo de aprendizado contínuo, e não um destino idealizado.
Com o passar dos anos, sua relação com Vittorio tornou-se uma presença constante — e carinhosa — em suas redes sociais. Através de fotos, vídeos e relatos cotidianos, Adriane mostrou-se como uma mãe afetuosa, atenta e presente, mas também como uma mulher que concilia seus múltiplos papéis com esforço, escolhas e imperfeições. Essa postura humana, longe da figura idealizada de uma celebridade inalcançável, reforçou o vínculo já estabelecido com seu público. Tornou-se, assim, referência não por projetar uma vida perfeita, mas por manter-se sincera em sua trajetória pessoal e profissional.
Nas redes sociais, Galisteu encontrou uma nova plataforma para se expressar, agora com maior liberdade e proximidade. Em tempos nos quais a comunicação deixou de ser unidirecional, ela soube escutar, responder, provocar debates e, acima de tudo, manter-se coerente com seus valores. Com uma audiência expressiva, passou a utilizar seus espaços digitais não apenas para divulgar seus projetos, mas para dialogar com temas de interesse coletivo.
Entre esses temas, destacam-se aqueles ligados à saúde da mulher, autoestima e empoderamento. Adriane sempre fez questão de desmistificar tabus relacionados ao corpo feminino, envelhecimento, sexualidade e cuidados pessoais. Compartilhou relatos sobre tratamentos estéticos, experiências com hormônios, mudanças corporais e impactos emocionais — não como imposição de um padrão, mas como partilha de vivências que poderiam ressoar em outras mulheres. Tornou-se, assim, uma voz ativa em defesa da liberdade de escolha, da valorização da mulher em todas as suas fases e da rejeição às pressões estéticas que ainda persistem na sociedade contemporânea.
Sua atuação também se expandiu para causas sociais e campanhas de conscientização. Participou de iniciativas voltadas à prevenção do câncer de mama, discutiu questões relacionadas à saúde mental e posicionou-se, de forma pública, sobre temas delicados e muitas vezes evitados por figuras públicas. A cada posicionamento, mesmo diante de críticas ou divergências, manteve-se firme, provando que sua trajetória foi construída com coragem e autonomia.
Adriane Galisteu, ao longo de décadas de visibilidade, permanece como uma figura em constante construção. Sua longevidade na mídia não é fruto do acaso, mas de uma capacidade incomum de adaptação sem concessões à própria essência. Reinventou-se, sim, em inúmeros momentos, mas nunca cedeu ao artifício da dissimulação. Se há algo que permaneceu estável em sua jornada, foi a escolha pela sinceridade como base de suas relações — com o público, com os colegas e consigo mesma.
Hoje, aos olhos de quem acompanha sua trajetória, Adriane é mais do que uma apresentadora de sucesso ou uma artista multifacetada. Ela representa a mulher que aprendeu a acolher o passado sem se aprisionar a ele, que transforma suas experiências em diálogo e que encara o futuro com disposição. Ao assumir sua maternidade como experiência formadora, ao fazer das redes sociais um espaço de verdade e ao manter-se fiel às próprias convicções, Adriane segue, com naturalidade, escrevendo novos capítulos.
E se a vida é um palco em constante montagem, ela permanece nele (firme, viva, presente) com a mesma energia de quem nunca deixou de acreditar na potência de ser, de sentir e de se reinventar.