O canil municipal finalmente estava reconstruído. Rodrigo entrou no portão recém-pintado e sentiu o cheiro de tinta fresca misturado com o aroma de ração e animais saudáveis. Ele observou os cães correndo pelos espaços amplos e os gatos explorando as novas áreas de abrigo. Tudo parecia diferente, e ao mesmo tempo familiar.
— Rodrigo! — chamou Camila, acenando do outro lado do pátio. — Que bom ver você por aqui!
— Eu precisava ver como está tudo agora — respondeu ele, olhando em volta. — Parece outro lugar… e tão cheio de vida.
Eles caminharam juntos pelos corredores do canil. Rodrigo sentia orgulho e uma pontada de saudade dos animais que havia abrigado em casa. Cada foto que tirou durante aqueles dias de caos lhe lembrava o quanto havia aprendido sobre responsabilidade, coragem e empatia.
— Sabe, Camila — disse ele, pensativo — eu quero continuar ajudando. Mas não sozinho. Quero criar um grupo na escola, com outros jovens, pra apoiar causas animais. Ajudar em resgates, campanhas de adoção, tudo.
Camila sorriu, admirada.
— Isso é fantástico, Rodrigo. Transformar o que começou como uma tragédia em algo tão grande é inspirador.
Rodrigo olhou para os animais brincando e sentiu uma determinação firme se formar dentro dele.
— Eles merecem mais do que a gente fez até agora. E eu quero fazer parte disso todos os dias.
Aquele incêndio, que parecia o fim de tudo para tantos animais, havia se tornado o ponto de partida de uma missão maior. Rodrigo sabia que não seria fácil, mas pela primeira vez sentiu que tinha encontrado um propósito que realmente importava. E estava apenas começando.
