Capítulo 6 – Depois do Apito Final

 Depois da Copa de 1970, Pelé ainda jogou por mais alguns anos no Santos Futebol Clube. Continuou fazendo gols, viajando pelo mundo e sendo a grande estrela por onde passava. Mas ele já sabia: seu ciclo no futebol brasileiro estava chegando ao fim.

Em 1974, Pelé se despediu oficialmente do Santos. Foram quase duas décadas no clube, com títulos, histórias inesquecíveis e amor eterno da torcida. Mas a aposentadoria não durou muito. Logo depois, ele recebeu um convite dos Estados Unidos, para jogar no time New York Cosmos.

Na época, o futebol não era popular nos EUA. Mas Pelé aceitou o desafio. Queria mostrar ao mundo que o esporte podia crescer em qualquer lugar — e ele era a melhor pessoa para abrir esse caminho. O contrato foi um dos mais comentados da história. Ao chegar em Nova York, Pelé foi recebido como um astro de cinema. Fez comerciais, deu entrevistas e ajudou a lotar estádios.

Jogando pelo Cosmos, trouxe o futebol para os olhos do povo americano. Crianças começaram a se interessar, times novos surgiram, e o esporte passou a crescer no país. Ele ficou no clube até 1977, quando decidiu, dessa vez de verdade, pendurar as chuteiras.

Seu jogo de despedida foi emocionante. Pelé jogou um tempo pelo Santos e outro tempo pelo Cosmos, diante de um estádio cheio. Ao final, pegou o microfone e, com a voz embargada, disse para o mundo:
“Amor! Amor! Amor!”
Foi a palavra que escolheu para se despedir. E era isso mesmo: Pelé tinha jogado com amor, por amor e para espalhar amor.

Mas, mesmo fora dos gramados, Pelé nunca parou. Participou de campanhas sociais, incentivou o esporte entre os jovens, virou embaixador da ONU, fez filmes, escreveu livros e seguiu levando sua mensagem positiva por todos os cantos. Em 1999, foi escolhido como o Atleta do Século pelo Comitê Olímpico Internacional. E até hoje, é lembrado como um dos maiores nomes da história do esporte mundial.

Durante sua vida, Pelé sempre foi respeitado não só pelo que fazia com a bola nos pés, mas pela forma como tratava as pessoas, com humildade e alegria. Ele mostrou que dá pra vencer sem pisar em ninguém, que é possível inspirar sem precisar gritar, e que sonhos de criança podem, sim, mudar o mundo.

Quando o mundo se despediu de Pelé, no fim de 2022, não foi só o Brasil que chorou. O planeta inteiro se emocionou. Camisas do Santos, da Seleção Brasileira e até de outros países foram erguidas em sua homenagem. Era a prova de que sua história não pertence apenas ao futebol. Pertence à humanidade.

E assim, o menino Edson, que começou jogando com uma bola de meia, se tornou eterno nos corações de todos que amam o futebol — e que acreditam no poder dos sonhos.