Capítulo 6: Quebrando mitos sobre a camisinha

 Apesar de ser um dos métodos mais eficazes de proteção, ainda existem muitos mitos sobre a camisinha que levam as pessoas a evitá-la. Essas crenças erradas fazem com que muitos optem por relações desprotegidas, colocando em risco sua própria saúde e a de seus parceiros(as). Vamos esclarecer algumas das dúvidas mais comuns e acabar de vez com essas ideias equivocadas.

Mito 1: "A camisinha tira o prazer"

Um dos argumentos mais comuns contra o uso da camisinha é a ideia de que ela reduz a sensibilidade e o prazer durante a relação sexual. Na realidade, isso é uma questão de adaptação e escolha do preservativo certo. Hoje em dia, há diversos modelos ultrafinos, texturizados e lubrificados, feitos para manter (ou até aumentar) a sensação de prazer.

Além disso, a segurança proporcionada pelo uso da camisinha pode fazer com que o momento íntimo seja mais relaxante e prazeroso, já que elimina preocupações com gravidez e ISTs.

Mito 2: "Se estou em um relacionamento estável, não preciso usar camisinha"

Muitas pessoas acreditam que, por estarem em um relacionamento de longo prazo ou casadas, não precisam mais do preservativo. No entanto, é importante lembrar que:

  • Algumas ISTs, como HPV e herpes, podem permanecer no organismo por anos sem sintomas.
  • A confiança no parceiro(a) é essencial, mas a saúde deve sempre vir em primeiro lugar.
  • Se um dos dois já teve parceiros anteriores e nunca fez exames para ISTs, o risco de transmissão ainda existe.

Por isso, antes de abandonar a camisinha, o ideal é que ambos façam exames para garantir que estão saudáveis e livres de qualquer infecção.

Mito 3: "Usar duas camisinhas ao mesmo tempo protege mais"

Essa ideia parece fazer sentido à primeira vista, mas, na prática, é um grande erro. Usar duas camisinhas ao mesmo tempo pode causar atrito entre elas, aumentando as chances de rompimento do material. O correto é usar apenas uma camisinha de cada vez e de maneira adequada.

Mito 4: "Camisinhas vencem, mas ainda funcionam"

Assim como qualquer produto, as camisinhas têm um prazo de validade que precisa ser respeitado. Após esse período, o material pode ressecar, tornando-se mais frágil e propenso a rasgos. Sempre verifique a data de validade na embalagem e descarte preservativos vencidos.

Mito 5: "Só preciso usar camisinha na penetração"

Muita gente acredita que a camisinha só é necessária no sexo vaginal, mas a verdade é que as ISTs podem ser transmitidas em qualquer tipo de relação sexual, incluindo sexo oral e anal. Algumas doenças, como herpes e HPV, podem ser passadas pelo contato direto com a pele, mesmo sem penetração.

Mito 6: "Camisinhas sempre estouram"

Se a camisinha está estourando com frequência, algo está errado. O rompimento pode acontecer por diversos motivos, como:

  • Uso de lubrificantes à base de óleo (que danificam o látex).
  • Armazenamento incorreto (exposição ao calor, por exemplo).
  • Colocação errada (não apertar a ponta para remover o ar pode causar estouro).
  • Uso de preservativos vencidos ou ressecados.

Ao seguir as instruções corretas, as chances de rompimento são mínimas.

Mito 7: "Camisinhas são difíceis de encontrar"

Como vimos no capítulo anterior, camisinhas são distribuídas gratuitamente pelo SUS e estão disponíveis em farmácias, supermercados e postos de saúde. O acesso nunca foi tão fácil, então não há desculpas para não as usar.

A maior parte dos mitos sobre a camisinha vem da desinformação. Quando conhecemos os fatos, entendemos que o preservativo é seguro, eficaz e essencial para uma vida sexual saudável. O maior aliado contra esses mitos é o conhecimento – e agora você tem todas as informações para tomar decisões conscientes e responsáveis.