Era uma manhã ensolarada na grande floresta, e Flor, uma formiguinha pequena, mas cheia de energia, estava ocupada carregando uma folha que era três vezes o seu tamanho. Suas antenas balançavam de um lado para o outro enquanto ela marchava em direção ao formigueiro. O inverno estava chegando, e todas as formigas da colônia trabalhavam sem parar para armazenar comida suficiente para os dias frios.
— Vamos lá, pessoal! Mais um pouco e teremos o bastante! — dizia Flor, animada, enquanto ajudava suas amigas a empilhar sementes e pedacinhos de frutas secas dentro do formigueiro.
Mas, naquela tarde, o céu começou a mudar. Nuvens escuras se formaram rapidamente, e o vento soprou forte, balançando as árvores. De repente, uma chuva torrencial caiu sobre a floresta. As formigas correram para se abrigar, mas era tarde demais: a água invadiu o formigueiro, arrastando todo o estoque de comida que elas haviam guardado com tanto esforço.
Quando a chuva parou, as formigas saíram do esconderijo e olharam o estrago. O chão estava enlameado, e as sementes flutuavam em poças d’água. Algumas começaram a choramingar:— Está tudo perdido! O que vamos fazer agora? — lamentou uma formiga chamada Tina, esfregando as patinhas na cabeça.
— Vamos passar fome no inverno! — gritou outra, quase desistindo.
Flor, no entanto, ficou quieta por um instante, observando a bagunça. Seus olhinhos pretos brilharam com uma ideia. Ela subiu em uma pedrinha para que todas pudessem vê-la e disse, com voz firme:— Não é hora de chorar! Ainda temos tempo. Vamos secar o que sobrou e buscar mais comida. Juntas, podemos reconstruir tudo!
As outras formigas se entreolharam, hesitantes. Mas a confiança de Flor era contagiante. Tina enxugou as lágrimas e perguntou:— Por onde começamos, Flor?
— Primeiro, vamos tirar a água do formigueiro. Depois, secamos as sementes ao sol e saímos para pegar mais comida antes que o frio chegue — respondeu Flor, já começando a cavar um caminho para escoar a água.
Com Flor liderando, as formigas trabalharam como nunca. Algumas cavaram canais para a água escorrer, outras carregaram as sementes molhadas para uma pedra quente onde o sol podia secá-las. Flor correu de um lado para o outro, ajudando aqui, incentivando ali. Quando o dia terminou, o formigueiro estava seco, e metade do estoque já estava salvo.
Nos dias seguintes, Flor guiou expedições pela floresta. Elas encontraram nozes caídas, pétalas açucaradas e até uma maçã esquecida por um esquilo distraído. Trabalhando juntas, as formigas não só recuperaram o que tinham perdido, mas conseguiram ainda mais comida do que antes.
Quando o inverno chegou, a colônia estava segura e aquecida dentro do formigueiro, com comida de sobra. Tina olhou para Flor e disse:
— Você estava certa, Flor. Não desistir foi o que nos salvou.
Flor sorriu, balançando as antenas.
— Sozinhas, somos pequenas. Mas juntas, somos fortes. Foi só não desistir!
E assim, as formigas passaram o inverno contando histórias sobre a coragem de Flor, a formiguinha que nunca deixou o medo vencer.