Quem diria que na Internet eu poderia me encontrar fissurado em alguém que eu nunca vi em minha vida. Na época do Orkut, o número de canais que se formaram pela Internet era gigantesco, mas o nosso acabou surgindo no Twitter. Gab tinha menos idade, mas sempre foi a pessoa mais madura da relação. Enquanto eu só havia saído do Paraná uma vez, isso em 2004, meu amor estava viajando por Rondônia, passávamos horas no telefone e em pouco tempo, não existia hora do dia em que eu não tivesse pensando no amor da minha vida.
Passei a gostar de Paramore, e com todo o seu repertório, aos poucos você me transformava em uma pessoa melhor. Você sempre soube inglês enquanto eu mal sabia o português, não sei como você conseguia me ver quando eu era tão pequeno perto da pessoa imensa que você era. Não conseguia ver, mas eu estava reaprendendo a sonhar. Em algum momento da vida, iríamos viver juntos, ter filhos, e estes sonhos davam a energia que eu precisava para sobreviver ao começo do Ensino Médio.
Penso que a nossa história começou a dar errado quando entrou alguém de Campo Largo em nossa trama. Era a pessoa que você gostava e saber que vocês mantinham contato me fazia remoer de ciúmes. Eu não sabia mas foi neste momento que acabei me dando conta de que a bigamia não era um costume do oriente médio, e sim uma possibilidade. Por ciúmes, perdi o controle de todas as coisas boas que tínhamos e acabei me sentindo confuso. Se a cabeça de um adolescente já é uma bagunça, imagina a cabeça de um adolescente gostando de duas pessoas.
Talvez essa seja a minha história de amor mais importante, foi onde eu mais cresci. Ainda que tenha ocorrido uma bagunça gigantesca, mas no futuro teríamos uma conversa importante onde estávamos de acordo que o importante não era o fim, mas sim que nosso amor existiu um dia, e isso era o que valia a pena. Depois deste grande amor, os outros teriam que ser menores, estava na hora de eu me amar também, e isso sempre vai valer a pena.