Luana, a lagartixa esperta

 Numa tarde quente na floresta, Luana, uma lagartixa verde e ágil, escalava as paredes de uma árvore gigantesca. Seus pezinhos grudavam na casca como mágica, e ela adorava exibir suas habilidades para os outros animais. Com um salto rápido, subia mais alto, girava o rabinho e gritava:

— Olhem só isso! Ninguém é mais rápido que eu!
Os esquilos, que pulavam entre os galhos, aplaudiam. As borboletas, voando por perto, batiam as asas em admiração. Luana se sentia a rainha da floresta, e quanto mais os outros olhavam, mais ela queria impressionar.
— Hoje vou subir até o topo dessa árvore! — anunciou ela, apontando para os galhos mais altos, onde o vento balançava as folhas.
— Cuidado, Luana! Esses galhos são finos demais! — avisou um esquilo chamado Tico, balançando a cauda fofa.
— Bobagem! Eu sou a melhor escaladora daqui! — respondeu Luana, já correndo pela casca com um sorriso convencido.
Ela subiu, subiu e subiu. O chão ficou pequeno lá embaixo, e o vento soprava mais forte. Quando chegou a um galho fino, Luana deu um salto para se exibir, mas o galho balançou e... crac! Ele se partiu! Luana caiu, mas conseguiu se agarrar a outro galho mais abaixo com suas patinhas grudentas. Lá estava ela, pendurada, com o coração batendo rápido.
— Socorro! Me ajudem! — gritou, mas os esquilos estavam muito embaixo para alcançá-la, e as borboletas eram pequenas demais para carregá-la.
Luana olhou ao redor, o rabinho tremendo. Pela primeira vez, percebeu que se exibir a tinha colocado em apuros. Mas então, respirou fundo e pensou:— Se eu subi sozinha, posso descer sozinha. Vamos lá, Luana, use a cabeça!
Ela examinou a árvore com cuidado. Viu um galho mais grosso um pouco abaixo e uma trilha de casca áspera que podia usar como apoio. Devagar, testando cada passo, Luana começou a descer. Em vez de correr e pular como fazia para impressionar, ela planejou cada movimento. Passou de um galho a outro, segurando firme, até que, finalmente, suas patinhas tocaram o chão.
Os esquilos e as borboletas correram até ela, preocupados.
— Luana! Você está bem? — perguntou Tico, com os olhos arregalados.
— Sim, estou! — respondeu ela, ainda ofegante. — Mas aprendi uma coisa: escalar é legal, mas pensar antes de subir é ainda mais importante.
— Você foi muito esperta lá em cima! — disse uma borboleta amarela, pousando perto dela.
Luana sorriu, um pouco envergonhada.
— Acho que ser esperta é melhor do que só ser rápida. Da próxima vez, vou planejar antes de me exibir.
Naquela noite, enquanto descansava em uma pedra quente, Luana olhou para a árvore alta. Ela ainda queria escalá-la um dia, mas agora sabia que usaria a cabeça, não só as patas. E, pela primeira vez, sentiu orgulho de si mesma não por impressionar os outros, mas por ter sido inteligente o bastante para se salvar.