Capítulo 1
Essa história começa com uma grande decepção, porque depois que machucam a gente, deixamos de acreditar no amor. A todo custo, precisamos encarar o fato de que qualquer pessoa vai nos trair mais uma vez, e ainda assim tentarmos seguir em frente. Não adianta que você seja uma pessoa bem resolvida com a sua orientação sexual, ainda existe a possibilidade de que você conheça o cara errado.
— Carlos, não é porque uma pessoa traiu você que todo mundo vai trair.
— Eu sei, mas a possibilidade existe, e a única maneira pra que eu não passe por isso mais uma vez, é evitando. Minha mãe me disse que traições ocorrem com mais frequência em relacionamentos de pessoas do mesmo sexo, você acredita nisso?
— Você não acreditou nisso, não é? Porque a gente sabe que caráter não é uma questão de orientação sexual. Quer isso é um pensamento totalmente preconceituoso e sem noção.
— Claro que não. Inclusive, eu tive que dar uma dura e falar umas verdades para ela.
Se torna uma coisa exaustiva quando precisamos repetir um monte de vez algo que é tão prático, que deveria ser natural. Respeito, por que é tão difícil das pessoas respeitarem a existência do outro? E sempre aparece alguma pessoa preconceituosa, falando de verdades que existem apenas na cabeça dela, expondo dados que fogem da realidade.
Eu não quero desistir do amor, de viver uma grande história, mas depois de me decepcionar com homem e mulher, perceber que ambos podem brincar com a gente, pra onde eu devo ir? Onde é que eu me encaixo para finalmente conhecer a pessoa que eu mereço e que me ame?
Queria estar desistindo, mas a vida é um grande mistério e não podemos prever o que vai acontecer nos próximos 5 minutos. As vezes, paro para me questionar se realmente quero um amor, ou só quero ser feliz. Infelizmente, o tempo não é capaz de fazer com que a gente esqueça das nossas dores, e assim se passaram 8 meses.
Enquanto eu dormia, acabei tendo um sonho diferente de todos os que eu já tive. Geralmente, minutos após acordar o sonho escorre pelas minhas mãos como areia e se você me perguntar o que eu sonhei, eu não vou saber te dizer, mas eu me lembro detalhadamente daquele sonho que eu tive na segunda-feira do dia 6 de junho.
Estávamos aos beijos, eu e um outro homem, seu nome era Eduardo, e eu chamava ele de Dudu. Aquele olhar era o olhar de quem me queria bem, de quem sabia o quanto eu era especial e de quem sabia exatamente o que eu queria. Como é que eu procuro uma pessoa que existe apenas no meu sonho? Será que isso foi imaginação ou uma espécie de premonição?
0 Comentários