Capítulo 2
Se é uma loucura ou não, o inegável é que eu estava apaixonado pelo homem dos meus sonhos. Alguém que eu nem mesmo sei se existe mas, que eu queria e muito conhecer. Precisava falar com alguém sobre aquilo, mas será que alguém é louco o suficiente para me apoiar a ir atrás de uma pessoa que pode existir apenas na minha cabeça? Infelizmente, minha infância me deu ferramentas
— Yasmim, eu nunca consigo guardar os sonhos que eu tenho, e este eu tenho quase que detalhado. Pra mim, isso é estranho. Não sei se você consegue entender...
— Carlos — Ela parou um pouco, estava pensando no que me dizer — Eu sei que, como sua amiga, o mais natural é que eu apoie você. Mas, como é que a gente procura uma pessoa que existe nos seus sonhos? Você já pensou nisso? Falar para os outros que estamos procurando alguém com quem você sonhou me parece loucura.
Confesso que fiquei travado, um pouco pensativo, lá no fundo eu sei que eu vou precisar lidar com a possibilidade de que o Eduardo não existe. De que eu posso estar com algum problema psicológico, afetado pela merda que foram meus relacionamentos, e por ter uma mãe que diz ter aceitado o filho bissexual, mas que insiste com comentários homofóbicos.
— Carlos, eu topo. Eu topo! Vamos atrás desse amor da sua vida, a gente procura nas redes sociais, faz um retrato falado. Mesmo que isso seja uma coisa fora do comum, quem não garante que você possa ter sonhado com um Eduardo que realmente está por aí esperando por você?
Eu tive que sorrir. — Era exatamente isso o que eu tinha em mente, precisava de alguma maneira trazer a imagem do Eduardo para fora da minha cabeça, porque daquele momento em diante, ele deixaria de ser imaginação.
— Eu acho que eu sou louca! — Repetia a Yasmim.
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