Paulinho, o pato curioso

 Numa manhã tranquila à beira do rio, Paulinho, um pato de penas amarelas e bico laranja brilhante, nadava em círculos, entediado. Ele olhava para o mesmo velho lago onde vivia com seus amigos patos, pensando que já conhecia cada cantinho dali.

— Deve haver algo mais emocionante por aí! — disse Paulinho, batendo as asas com entusiasmo. — Vou explorar aquele lago grande que vi do alto da colina!
Seus amigos, que boiavam calmamente, balançaram a cabeça.
— Não vá, Paulinho! É muito longe, e você pode se perder! — avisou Pati, uma pata mais velha e sábia.
— Bobagem! Eu sou rápido e esperto. Volto antes do almoço! — respondeu Paulinho, já nadando rio abaixo, sem dar ouvidos.
Com o sol brilhando no céu, Paulinho seguiu o curso da água, assobiando uma musiquinha. O rio o levou a um lago enorme, cercado por juncos altos e flores coloridas. Era lindo! Ele mergulhou, nadou entre os nenúfares e até perseguiu um peixinho curioso. Mas, quando o sol começou a descer, Paulinho olhou ao redor e percebeu que não sabia como voltar.
— Onde está o rio? Tudo parece igual agora! — exclamou, girando em círculos. Os juncos altos escondiam o caminho, e o céu escurecia. Pela primeira vez, Paulinho sentiu um frio na barriga. Ele estava perdido.
Nadando sem rumo, ele ouviu um barulho: "Croac! Croac!" Era uma rã verde e saltitante, sentada numa folha flutuante.
— Ei, você aí! Parece perdido — disse a rã, com um sorriso amigável.
Paulinho hesitou. Ele não queria admitir que precisava de ajuda, mas suas asas já estavam cansadas de tanto nadar.
— Bem... é que eu vim explorar e não sei como voltar para o meu rio — confessou, abaixando o bico.
— Sem problema! Eu conheço esses caminhos como a palma da minha pata. Me siga! — respondeu a rã, pulando de folha em folha.
Paulinho nadou atrás dela, aliviado. No caminho, a rã apresentou outros amigos: um peixe chamado Beto, que apontou a direção certa com suas barbatanas, e uma libélula chamada Lila, que voou alto para confirmar o trajeto. Juntos, eles guiaram Paulinho até a entrada do rio que levava ao seu lago.
Quando finalmente chegou em casa, a lua já brilhava no céu. Seus amigos patos estavam preocupados, esperando na margem.
— Paulinho! Onde você estava? — perguntou Pati, nadando até ele.
— Fui explorar, mas me perdi. Se não fosse pela rã, o peixe e a libélula, eu ainda estaria dando voltas! — respondeu Paulinho, com um sorriso tímido. — Aprendi que às vezes preciso de ajuda para voltar ao caminho certo.
Pati deu uma risadinha e disse:— Que bom que você voltou, seu curioso! Da próxima vez, leve um de nós junto.
Paulinho concordou, feliz por estar de volta e ainda mais feliz por ter feito novos amigos. Naquela noite, ele sonhou com aventuras, mas agora sabia que não precisava enfrentá-las sozinho.