Recomeçar não é apagar o passado, é dar um novo significado a ele.
Todo fim de ano traz essa vontade silenciosa de mudar, de deixar para trás o que pesou, de abrir espaço para o que faz sentido. Mas o recomeço verdadeiro não nasce da pressa em virar a página (e sim da coragem de reler a história com outros olhos).
Nem sempre recomeçar é grandioso. Às vezes é só acordar mais leve, pedir perdão, dizer não, aceitar um convite, tentar de novo. Às vezes é decidir cuidar de si sem culpa, olhar o espelho com mais ternura ou simplesmente dar um passo diferente.
Há recomeços que acontecem em silêncio, quase imperceptíveis.
São aqueles que nascem de um cansaço antigo (mas também de uma esperança que insiste em não morrer). Recomeçar é confiar que, mesmo sem garantias, vale a pena tentar outra vez.
O que faz um recomeço valer é a sinceridade (a vontade genuína de não repetir o que já não cabe, de se abrir ao que ainda não se conhece). É aceitar que o caminho pode ser lento, que o coração precisa de tempo, que o novo também assusta, mas liberta.
Quando a gente se permite recomeçar, descobre que nada foi realmente perdido.
Cada erro, pausa e medo foi apenas parte da travessia. E é essa travessia que nos ensina a começar de novo, com mais calma, mais verdade e menos exigência.
O ano pode estar terminando, mas talvez seja só o início de uma versão mais leve de você.
Porque recomeçar, no fim das contas, não é começar do zero (é começar de novo com tudo o que o caminho já ensinou).
