Após seguir as pistas dadas pelos pássaros, Adauto e Mike se depararam com uma entrada secreta escondida sob um enorme carvalho. O tronco da árvore se abriu como uma porta, revelando um caminho escuro que levava ao mundo de As Kovinho. A atmosfera mudava a cada passo que davam, e logo eles se viram em um lugar estranho, cheio de sombras e mistérios, onde o ar parecia carregado de um frio sinistro.
— É aqui... — murmurou Mike, enquanto os dois avançavam cautelosamente.
Conforme se aventuravam, podiam ouvir ecos de risadas distantes e sussurros ameaçadores. Mas o que mais os tocou foi um canto triste que vinha de uma torre distante, como se uma melodia de dor e esperança se entrelaçasse no ar.
— Precisamos ser silenciosos! — sussurrou Adauto, os olhos fixos na torre que se erguia no horizonte.
Com um plano em mente, eles continuaram a avançar, seus corações batendo em uníssono. De repente, um gato de pelos escuros e olhos brilhantes apareceu em seu caminho. O gato se apresentou como Higor, e Adauto logo percebeu que ele também podia falar.
— O que vocês estão fazendo aqui? — perguntou Higor, com um olhar curioso. — Se são amigos de Luciano, podem me ajudar. Sou o espião do reino e conheço todos os segredos deste lugar.
Adauto e Mike se entreolharam, percebendo que Higor poderia ser a chave para entrar na torre.
— Precisamos entrar na torre onde Luciano está preso! Você pode nos ajudar? — implorou Mike, já imaginando como seria a reunião com seu amigo.
— Claro! — disse Higor, seu olhar determinado. — Vamos lá! Sigam-me, mas precisamos ser espertos. Os guardas de As Kovinho são muito atentos!
Higor os levou por um caminho sinuoso, passando por arbustos espinhosos e sob arcos sombrios, até que chegaram perto da torre. Os guardas, criaturas estranhas e deformadas, patrulhavam a entrada, prontos para qualquer intruso.
— Espere! — sussurrou Higor. — Eu tenho um plano. Vou distrair os guardas com uma ilusão. Quando eles se distraírem, vocês correm para a entrada!
Com um movimento ágil de suas patas, Higor começou a criar uma ilusão de um grande pássaro brilhante, que flutuava acima da torre. Os guardas imediatamente se voltaram, admirados e confusos.
— O que é aquilo?! — um deles gritou, apontando para o pássaro imaginário.
Aproveitando a distração, Adauto e Mike correram em direção à entrada da torre, suas pernas movendo-se rapidamente. Assim que entraram, a escuridão os envolveu, mas não havia tempo a perder.
— Luciano! Estamos aqui para te salvar! — gritou Mike, sua voz ecoando pelas paredes frias da torre.
No topo da escada, eles ouviram um suave e esperançoso eco. E logo, Luciano apareceu, com um brilho de esperança nos olhos, sua pena amarelada manchada de poeira.
— Vocês vieram! Obrigado! — respondeu ele, aliviado ao ver seus amigos.
Adauto se aproximou, abraçando Luciano fortemente.
— Não se preocupe! Vamos te levar para casa! — afirmou Adauto, determinado a protegê-lo a qualquer custo.
— Mas As Kovinho está vindo! — alertou Luciano, olhando pela janela, preocupado. — Ele não vai deixar vocês saírem tão facilmente!
— Precisamos sair agora! — exclamou Mike, rapidamente. — Higor, você sabe de alguma passagem secreta?
O gato pensou por um momento e, com um brilho em seus olhos, disse:
— Sim! Existe um túnel no fundo da torre que leva direto ao bosque. Mas precisamos nos apressar!
Sem perder tempo, os quatro amigos desceram as escadas, apressando-se para encontrar a saída. O chão tremia enquanto As Kovinho se aproximava, sua risada maléfica ecoando pela torre.
Adauto sentiu a adrenalina correr por suas veias. Eles estavam prestes a enfrentar o maior desafio de suas vidas, mas com amizade e coragem, sabiam que poderiam superar qualquer obstáculo.
— Vamos lá, equipe! — gritou Adauto, levando todos pela passagem secreta. — Juntos, somos mais fortes!
E assim, eles se lançaram na aventura que os levaria para a liberdade, prontos para enfrentar As Kovinho e salvar o dia.
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