Capítulo 4: O Encontro com As Kovinho

 Depois de resgatar Luciano, o trio percebeu que As Kovinho havia descoberto o plano deles. A atmosfera ao redor deles se tornou pesada, e uma névoa mágica começou a se formar, revelando a figura do bruxo. Ele era um velho de 217 anos, com cabelos brancos desgrenhados e um olhar de desespero em seus olhos. Seu manto flutuava ao vento, como se estivesse vivo, e a fumaça em volta dele emanava um cheiro de ervas secas e mistério.

— Vocês não deveriam estar aqui! — exclamou As Kovinho, rindo de maneira maníaca. — Vou levar todos vocês para o meu mundo!

Adauto sentiu um frio na barriga, mas não deixou que o medo o dominasse. Ele se virou para Mike e disse, com a determinação pulsando em sua voz:

— Juntos, podemos enfrentá-lo! Vamos!

Luciano, ainda um pouco abalado, olhou para seus amigos, sua coragem renovando-se ao perceber que não estava mais sozinho. Eles haviam se tornado uma verdadeira equipe.

— Mas como vamos derrotá-lo? — perguntou Luciano, nervoso.

— Com a força da amizade! — respondeu Mike, se lembrando das lições que aprendera ao longo do caminho. — E usando a sabedoria dos animais!

Mike então começou a chamar os animais do bosque, sua voz forte e clara. Ouvindo seu chamado, pássaros, coelhos e até mesmo esquilos começaram a aparecer, prontos para ajudar seus amigos.

— As Kovinho! Você não vai conseguir levar nossas crianças! — gritou Mike, determinado. — Não vamos deixar que você transforme nossos sonhos em pesadelos!

As Kovinho, percebendo que havia uma resistência diante dele, sorriu de forma maliciosa.

— Vocês acham que podem me parar? Eu só quero ser criança novamente! — disse o bruxo, com um tom de desespero na voz. — Eu quero sentir a alegria e a inocência que perdera há tanto tempo!

— E você acha que aprisionar crianças vai te ajudar? — questionou Adauto, dando um passo à frente. — A verdadeira felicidade vem da amizade e da coragem, não do medo!

O bruxo hesitou por um momento, mas logo sua expressão se transformou em raiva.

— Silêncio, garoto! Ninguém entende o que é viver por tanto tempo! — gritou As Kovinho, levantando as mãos. A fumaça ao seu redor se intensificou, formando figuras ameaçadoras que começaram a se aproximar dos meninos.

Adauto não hesitou. Com um gesto decidido, ele se uniu a Mike e Luciano, colocando as mãos nos ombros um do outro.

— Animais do bosque, unam-se a nós! — ordenou Mike. — Vamos mostrar a ele a força da amizade!

Os animais começaram a se juntar em harmonia, criando uma poderosa barreira de energia.

As Kovinho se viu cercado por essa energia positiva, e sua fúria começou a diminuir. Ele se lembrou de momentos da infância, de quando corria livremente, brincando com seus amigos e sem preocupações. Um lampejo de saudade atravessou seu olhar.

— O que... o que vocês estão fazendo? — murmurou As Kovinho, sua voz já não tão firme.

— Estamos mostrando a você que a verdadeira mágica vem da amizade! — respondeu Adauto, com firmeza. — Você não precisa ficar sozinho no seu mundo sombrio.

Enquanto a canção dos animais crescia em intensidade, uma luz brilhante começou a emanar do coração de Adauto. Ele sabia que precisava lutar não apenas contra As Kovinho, mas também por sua redenção.

— Se você realmente quer ser feliz, venha conosco e descubra a alegria de ser criança novamente, mas desta vez, de um jeito diferente! — ofereceu Mike, estendendo a mão.

A figura de As Kovinho, antes poderosa, agora estava trêmula. As memórias de sua infância começaram a se misturar com a realidade, e ele percebeu que a solidão e o poder não eram a resposta que ele buscava.

— Eu... eu não sei se consigo... — disse As Kovinho, seu olhar perdendo a malícia.

— Você pode! — insistiu Luciano, com um brilho de esperança nos olhos. — Junte-se a nós!

E assim, entre música, amizade e um pouco de compaixão, a batalha começou a se transformar em um diálogo, uma oportunidade de mudança.

Adauto e seus amigos não estavam apenas enfrentando um vilão; estavam oferecendo uma segunda chance para alguém que havia perdido o caminho.

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