Chapolin Colorado

CAPÍTULO 4

Os Mamonas Assassinas foi o resultado da junção do punk rock com o brega, do forró com o heavy metal, do pagode com as letras escrachadas. Essa mistura de ritmo criou uma nova identidade e revolucionou a música brasileira. O meteoro que teve apenas oito meses de carreira, permanece até os  dias de hoje na memória e playlist de qualquer boa festa.


TELEVISÃO

Corajosos e ousados, eles foram as pessoas que chegaram e fizeram. Ainda em 1995, estiveram no Troféu Xuxa Hits e no 1º Prêmio SBT de Música, concorrendo e vencendo a categoria de revelação do ano.

Os Mamonas Assassinas participaram como eles mesmos do Xuxa Especial, Deu a Louca na Fantasia, especial de fim de ano da apresentadora Xuxa, que foi ao ar no dia 20 de dezembro de 1995. Os participantes do grupo eram espontâneos e isso cativava todos em sua volta. Vira-Vira só não ocupou a primeira posição de música mais tocada porque no mesmo ano Madonna acabou lançando Take a Bow.

O sucesso deles começava a ultrapassar as fronteiras do brasil, atingindo principalmente a Argentina e Portugal. Em 1996 o grupo seguiria para o país europeu onde fariam uma apresentação e uma série de entrevistas. As rádios portuguesas vinham exaustivamente tocando a música "Vira-Vira", que satirizava o ritmo português.

A humildade do grupo era visível, apesar de terem se tornado fenômenos, não eram como astros blasés, que estão sempre mal-humorados e fazendo exigências para se apresentarem em público. Bastava uma olhada na contracapa do CD, onde eles dedicavam o disco para literalmente, todo mundo;


"A nossos pais, irmãos e familiares (...) aos nossos amigos (...) e a todos que ajudaram na realização deste trabalho. Ao pessoal do avião (que serviu um rango na hora de nossa viagem para os USA); ao Santos Dumont (que inventou o avião, senão a gente ainda tava indo mixar o disco a pé); ao Gozales (mexicano clandestino que arrumava nossos quartos no hotel)... e a DEUS, que foi quem mais ajudou e esteve sempre ao nosso lado.".

Fizeram tanto sucesso com as crianças, que gerou revolta em alguns adultos. Por mais que tivessem piadas sujas, letras de duplo sentindo, isso não é suficiente para corromper a mente infantil. É como se houvesse um bloqueio da malicia por puro desconhecimento do que possa ser erótico. Talvez aquele time jogando contra fosse necessário pra que o grupo continuasse no auge até os dias atuais.

Além da TV Globo (agora Rede Globo) que tentou exclusividade com o grupo por 3 anos, os Mamonas também receberam convite para fazer um comercial de cerveja, mas recusaram. Em uma entrevista para a Folha, no dia 1º de dezembro de 1995, o motivo, nas palavras de Dinho e Sérgio foram; "A gente achou que não ia ser legal para nosso público infantil. Além disso, a gente não bebe.".


CHAPOLIN COLORADO

De toda a sincronia do grupo, uma das fantasias fez todo sentido. Em janeiro de 1996 aconteceu uma maratona de reprises  do "Onze e Meia", talk show de Jô Soares, que contou com a pioneira entrevista do grupo, realizada em maio do ano anterior. Vestidos de Chapolim Colorado, aquela mais parecia uma previsão.




Em pouco mais de seis meses, os rapazes de Guarulhos venderam mais de 1,5 milhão de discos, fizeram mais de cem shows, tiveram suas canções decoradas por legiões de crianças e adolescentes e tornaram-se os queridinhos da TV -por atraírem audiência como pães doces atraem abelhas.

Seria profética a fantasia, já que daquela entrevista em diante, eram a eles que as emissoras recorriam. Os programas musicais, saturados pelos filão "sertanejo", andavam carentes de audiência e os Mamonas, fazendo jus ao apelo; "E agora, quem poderá nos defender?", agora estavam lá para Defendê-los.


MARATONA

Ainda sobre a maratona de Mamonas Assassinas, no dia 21 de dezembro estiveram outra vez no Programa Livre, no dia 22 no Especial da Xuxa, no dia 23 no "Sabadão" do gugu, no dia seguinte (24), a passagem foi pelo Domingo Legal e dia 31, no "Réveillon do Faustão".

Antes da maratona de fim de ano, já haviam aparecido, além do "Onze e Meia", em todos os telejornais, no "Domingão do Faustão", na MTV e na estréia do "Ponto G", de Adriane Galisteu. E teriam estado no "Nossa Língua Portuguesa", da Cultura, se o professor Pasquale houvesse feito um "Especial Palavrão" de fim de ano. Literalmente, heróis.

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