Quando a gente resolve rotular momentos com aquela pessoa sendo a felicidade que tanto procuramos, quando o relacionamento termina, surge um vazio, uma frustração e falta de ânimo para vivenciar e apreciar todas as outras áreas da nossa vida. Se eu deposito meus sonhos e planos em dupla, com o término, temos uma necessidade de reaver toda nossa vida. Se antes eu iria morar no centro de São Paulo com minha namorada, agora eu preciso reaver se ir morar sozinho em São Paulo é algo que eu ainda quero e preciso.
A gente precisa entender que nada é permanente e que nossa vida é feita de ciclos, de transformações. Por mais que tenhamos planos, queiramos ter organização, estamos sujeitos ao futuro que é um completo desconhecido. Hoje eu tenho uma vida estável, estou bem de saúde e vivendo com pessoas que eu amo, mas o amanhã não me pertence. Claro que não saberemos lidar com a perda do emprego, do problema de saúde e de ter que viver o luto de perder aquela pessoa. O correto é que a gente aprenda a valorizar as coisas, sabendo que amanhã tudo termina.
O que é que ficou daquela pessoa que bagunçava nossa vida? As lembranças. Ter saudade é sinal de que valeu a pena. Claro que não é compreensível, que temos aquele momento de negação, de questionamentos infinitos sobre como tudo poderia ter sido diferente. A verdade é que a vida continua após um namoro, após um casamento, após um término. Com o tempo, a gente se adapta, em algum momento, vamos conhecer uma outra pessoa e sem nos darmos conta, de repente vamos estar sentindo aquele frio na barriga, e outra vez, o amor se fez presente.
Transformações ocorrem diariamente em nossa vida, seja com algo irrelevante como uma fio de cabelo que resolve perder seu pigmento, ou como uma mudança que nos obriga a viver uma nova rotina. Seja qual for a mudança, podemos sobreviver!
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