A questão que todo fã de novelas se faz é: "O que aconteceu com as novelas?". Aqueles que tiveram o prazer de assistir a clássicos como "Laços de Família", "Porto dos Milagres" e "O Clone" se decepcionam enormemente com as últimas produções do horário nobre. Parece que a emissora está presa em um ciclo contínuo de "Pantanal", não só pela temática recorrente, mas também pelo elenco quase inalterado. A realidade é que o que foi bem-sucedido no passado pode não se repetir. A transição de um século para o outro foi marcada por sucessos consecutivos, onde o espectador mergulhava de um universo para se aventurar em outra história completamente diferente, como em "Mulheres Apaixonadas", "Senhora do Destino" e "América".
As coisas mudam, mas era necessário que mudassem para pior? Onde foi parar a vontade de inovar, a criatividade, a emoção? Mesmo sendo uma obra aberta, as telenovelas precisam de tramas envolventes que justifiquem seus 160 capítulos ou até ultrapassem os 200. Ter ousadia não é difícil, como demonstrou "A Força do Querer", que abordou temas delicados como vícios e sexualidade, antes considerados tabus, com uma sensibilidade que reconquistou a audiência televisiva.
Necessitamos de narrativas impactantes, de cenas que provoquem e deixem uma marca na televisão, como fez Carolina Dieckmann ao raspar a cabeça ao vivo. Excluindo novelas como "Orgulho e Paixão", "Espelho da Vida", "Salve-se Quem Puder" e "Quanto Mais Vida, Melhor" da lista, é difícil lembrar de outras novelas recentes. Foram produções passageiras, sem deixar saudades no público.
O que aconteceu com as trilhas sonoras? Uma overdose das mesmas músicas dominou as novelas, a ponto de uma edição de um usuário do YouTube parecer ter uma trilha sonora mais cativante e memorável. Até as aberturas das novelas têm sido decepcionantes. Resta aos aficionados por novelas viverem de nostalgia, reassistindo às tramas no Globoplay, lembrando-se de quando eram grandes produções.