A capacidade de mudar é uma das qualidades mais notáveis que possuímos em nossas vidas. Seja começando uma nova fase ou encerrando um ciclo, qualquer instante pode ser o catalisador para uma transformação pessoal. Claro, nem todas as mudanças são visíveis; por exemplo, um curso escolhido com foco em uma determinada área pode ser o suficiente para desenvolvermos novos hábitos, aprimorarmos nossa comunicação e nos transformarmos internamente.
Infelizmente, nem todos lidam bem com mudanças e, mesmo que não seja da conta de ninguém, sempre existirão pessoas que reclamam ou exigem que abandonemos o novo caminho para voltar aos velhos hábitos. Descobrir que podemos ser felizes é revolucionário. Se eu desejo ter oito filhos ou apenas um, se prefiro ter cabelos vermelhos ou o mais natural possível, se escolho possuir o celular mais avançado ou gastar tudo em uma viagem, a decisão deve ser somente minha.
Por que é tão difícil permitir que o outro seja feliz? Há uma frustração interna que perturba, as pessoas muitas vezes não suportam ver alguém tendo sucesso em seus projetos, vontades, desejos e planos sem querer interferir. Você não pode exercer sua religião mesmo tendo o direito constitucional de seguir o caminho espiritual que lhe pareça mais adequado.
É necessário aprender a separar a aparência de alguém de seu caráter. A verdade é que pessoas ruins não anunciam isso na testa, e tudo aquilo que você marginaliza no outro – o piercing, a tatuagem, o cabelo, as roupas estilosas – reflete mais sobre suas próprias frustrações, e é algo com o qual você precisa aprender a lidar. Seu preconceito contra o motoboy revela sua própria angústia por não alcançar a felicidade.
Eu acredito firmemente que as pessoas são capazes de evoluir. Não me refiro ao exterior, às roupas ou aos piercings alheios, mas sim àquela pessoa desagradável que persiste em julgar os outros pela aparência. Agora, ao contrário de quem alterou seu exterior e se sente bem consigo mesmo, você precisa se concentrar em melhorar seu interior. E pode ter certeza de que, no seu caso, ninguém sentirá falta da versão anterior que não sabia respeitar a felicidade alheia.