Capítulo 5: O erro que te ensina


 

Há alguns dias, fiz algo errado. Nada grave, mas o suficiente para me deixar remoendo a cabeça por horas.

Aquela sensação conhecida de arrependimento veio devagar, como uma sombra que insiste em acompanhar.

Pensei em como teria sido se eu tivesse feito diferente, falado diferente, reagido diferente. Passei um bom tempo tentando reescrever a cena na mente, como se isso mudasse o que já foi.

Mas não muda.
O erro fica, e com ele, a lição.

A gente tem o hábito de tratar o erro como inimigo. Quer esconder, justificar, apagar. Crescemos ouvindo que errar é falhar, que o certo é acertar sempre. Mas o acerto, na verdade, raramente ensina alguma coisa. É o erro que nos obriga a parar, olhar e entender o que estava fora do lugar.

Foi errando que aprendi a medir palavras, a reconhecer limites, a enxergar o outro. Foi errando que descobri o quanto ainda preciso aprender sobre mim mesmo.

O erro tem um jeito estranho de revelar verdades. Ele mostra o que não estava pronto, o que ainda precisa ser cuidado, o que pede mais paciência. E, se a gente permitir, ele também ensina perdão, principalmente o perdão que damos a nós mesmos.

Talvez errar seja o modo mais humano de seguir aprendendo.
Porque quem nunca erra, também nunca se arrisca a tentar algo novo.

Hoje, percebo que cada tropeço foi uma aula disfarçada.
E que as marcas dos erros, quando aceitas com humildade, se transformam em mapas para não se perder outra vez.

Errar dói, é verdade.
Mas a dor passa.
O que fica é o aprendizado (silencioso, profundo e necessário).